quarta-feira, 18 de novembro de 2009


1. Quais são as suas referências artísticas e o que te inspira?


Creio que pra todo mundo envolvido no meio artístico, o mundo ao redor é inspiração e referência. Eu costumo observar bastante enquadramento, luz, pós-produção (cores e densidade), figurino/cenário/locação em filmes, o mesmo acontece em um rolê pela cidade, cenas do cotidiano. Costumo estimular as pessoas a fotografar, pois dá uma visão diferente do mundo, te faz olhar as coisas além da visão comum que estamos acostumados.

Tenho alguns nomes que me inspiram: caras contemporâneos da moda como Bob Wolfenson (www.bobwolfenson.com.br), Marcio Scavone (www.marcioscavone.com.br), Klaus Mitteldorf (www.klausmitteldorf.com), Daniel Klajmic (www.danielklajmic.com), Jacques Dequeker (www.jacquesdequeker.com) pra ficar nos brasileiros. Gosto também do estilo do Joey Lawrence (www.joeyl.com), um moleque de 20 anos que despontou no ramo, Jeremy Cowart (www.jeremycowart.com), Leonard Gren (www.leogren.com), Eugenio Recuenco (www.eugeniorecuenco.com), Gerard Rancinan (www.rancinan.com). Costumo estudar os ensaios de revistas de moda como Vogue, L'Officiel, FFWMag!. É muita referência hoje em dia, navego bastante pela internet e sempre tem trabalho que me chama a atenção. Amigos fotógrafos do dia-a-dia também certamente me inspiram.


2. Você tem um estilo próprio, como surgiu
este estilo? Você acha que já está maturado? Qual a razão do uso
de certas cores e texturas?


Não sei se eu poderia me enquadrar em um estilo determinado. Tem muita foto solta ou ensaio meu que tem uma atmosfera meio densa, cores dessaturadas, talvez atualmente eu tenda a esse estilo. O denso, eu acho que vem do meu gosto por fotografar à noite ou criar cenas mais escuras, com a luz dura dando forma ao elemento fotografado.

Há alguns anos atrás morei no Paraná e no Mato Grosso do Sul, essa foi a época em que comecei a fotografar paisagens e verter para este lado do denso/dessaturado. Mas gosto de experimentar, recentemente tenho feito algumas incursões com flaire, que é o efeito de luz invadindo o quadro, ganha-se luz e perde-se densidade na foto.

3. Como você começou a fotografar? Qual a sua formação?


Comecei a fotografar em 2004, emprestando câmeras compactas de amigos ou a câmera de filme de uma faculdade de design. Trabalhei com design para web de 98 a 2006, então tive dois anos de transição entre os dois. Fui formando o olhar com o que eu tinha à disposição: Internet, livros e revistas, o meio urbano ou rural. Academicamente fiz um ano de design gráfico e um ano e meio de fotografia. Quando resolvi mergulhar de vez na área, trabalhei em alguns estúdios de fotografia, ora fotografando gente, ora fotografando produtos. Trabalhei também com pós-produção de foto e hoje sigo dentro de moda, publicidade, retrato, gente, foto e pós-produção. E pessoalmente o urbano e, quando tenho oportunidade, paisagens também.

4. O que você acha de repercussão, mercado e exposição dos novos artistas brasileiros?

Tem muito artista brasileiro despontando tanto aqui quanto lá fora, principalmente pelo que considero serem dois grandes motivos; maior acessibilidade à fotografia com a exploração mercadológica do digital e mais acesso à informação com a Internet e redes sociais. Observando que, ao mesmo tempo, ambos fatores trouxeram mais picaretagem e má qualidade ao mercado da fotografia, se o cara trabalha com persistência e paixão pelo que faz, ganhar território é conseqüência. O picareta até consegue uma certa visibilidade, mas se o produto final não tem qualidade, logo é esquecido.


5. Quais são seus planos para o futuro com relação a sua carreira?


A curto prazo quero explorar o progresso de minha carreira na área em que fui criado; moda, publicidade e retratos. Gosto de fotografar gente. Tenho a intenção de, em alguns anos, ir para o exterior e experimentar outros mercados. Gosto de viajar, tenho vontade de conhecer lugares diferentes, desenvolver trabalhos pessoais em locais históricos ou paisagens distantes, conhecer diferentes culturas olho no olho. Me encontro feliz nessa linha que sigo, me sinto realizado trabalhando com gente e pretendo alcançar uma fase de ter essa liberdade de locomoção, fazer trabalhos em lugares distintos aqui e em outros países.

6. O que achou de expor no Ego Tripping? Como foi a recepção das obras?


Ego Tripping foi uma idéia muito bacana e acho que ainda há território para ser explorado em termos da experiência que é oferecida a quem vai curtir um som, conversar, ver obras de arte. A mescla do clima de balada com exposições aproxima mais as pessoas do meio artístico. A terceira exposição, da qual participei, foi bem bacana, o suporte estendido a mim me deixou satisfeito e todo mundo entrou com um trabalho muito bom, tanto no som quanto nas exposições. Penso que o Ego Tripping irá experimentar naturalmente um progresso interessante nas próximas edições.
Por Lucas Perito
Crédito da foto a Gabriel Araújo (www.flickr.com/gabrielbsa)
Para saber e conhecer mais deste artista entre em www.flickr.com/photos/leocavallini

3 comentários:

Gisele disse...

Muito boas as suas fotos!

Valeu!

Pinkdoo disse...

muy hermosa!

J. Diêgo S. Gomes disse...

E o texto também inspira....

Vou salvar esses referenciais!