sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Entrevista: Paulo Quirino (Pintor)

(Paulo Quirino - Confidências)


-O que te inspira? Quais são seus pintores favoritos?
Cenas surreais. Escritores como Breton e Cortázar me fizeram entender o surreal como maneira de "escapar" da tradição e do moralismo, e lendo Camus compreendi outras formas de enxergar o "mundo real". O que mais me inspira é perceber os acontecimentos que estão nessa transição, entre o real e o imaginário.Estes escritores acabaram me influenciando mais do que os pintores, mas sobre esses, foram três os que mais me marcaram: Klimt, Monet e Van Gogh. Atualmente acho que o pintor que mais me influencia é o Lasar Segall.
-De onde surgiu o seu estilo, como vc chegou a sua técnica e para onde você quer ir com ela?
Quando me interessei pela arte impressionista. Acredito que a técnica das pinceladas me serviu como base para a maioria dos desenhos que tenho feito. Minha idéia é tentar uma harmonia, uma unidade, algo que fale sempre pelo todo, de forma que na construção do desenho tudo tenha o mesmo valor.
-Qual a sua formação como pintor?
Sou formado em Relações Públicas mas desisti de seguir a profissão durante o curso, quando me interessei pelo design gráfico (eu também sempre tive o costume de desenhar). Comecei me dedicando ao desenho pelo computador e só depois de algum tempo tentei criar pintando. Mas ainda sim, tenho feito mais os digitais.
-Qual visão você tem da arte contemporânea, estamos numa era um tanto contra pintura de tela e o modo clássico da coisa, que você pensa?
Não atribuo tanto valor à arte para dizer quem está certo ou errado produzindo algo. Acho que é essencial conhecer a pessoa, o criador, antes de julgar a criação. Tomando por base a obra como "espelho" do criador, eu dou preferência à pessoa, e dessa maneira eu posso compreender a obra dela. De forma geral, vejo a produção artística atual com uma cara muito diluída e independente do criador. Percebo que tudo está muito mais ligado aos conceitos criados do que diretamente à pessoa, e as obras me parecem muito "defensivas". Eu creio que isso não demonstre, de fácil compreensão, a personalidade do artista, seus gestos, suas particularidades.
-Como nossa festa é multicultural, fala um pouco sobre seus outros gostos artisticos e dá uma dica pro pessoal.
Eu recomendo o festival Bourbon Street como a dica (esse ano já aconteceu no mês de agosto). Para mim, como para quem gosta da música instrumental (funk, swing, jazz, etc), creio que são dois finais de semana de muito bom som.
Para saber mais:
Para e também falar com o artista e ver e comprar suas obras não percam esse domingo, dia 25 de outubro, no Kabul, na Rua Pedro Taques, 124, perto do metro da consolação!

2 comentários:

carla martins disse...

entrei no flickr dele e achei muitas coisas legais, gostei pra caramba.

Luisa Almeida disse...

Vi o flickr!
O cara é muito bom! Nasceu para a arte! =D